Tabagismo, obesidade, inatividade física e diabetes mellitus são alguns fatores de risco não hereditários do câncer de pâncreas, uma doença rara entre as pessoas com menos de 30 anos de idade.
De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), 90% dos casos diagnosticados do tumor no pâncreas são do tipo adenocarcinoma, originário do tecido glandular. Na maioria dos casos, a doença é diagnosticada do lado direito do órgão, conhecida como cabeça. O pâncreas é subdividido ainda em corpo, que fica no centro, e cauda, localizada do lado esquerdo desse órgão.
Por conta do diagnóstico tardio, sua difícil detecção e comportamento agressivo, essa doença tem alta taxa de mortalidade e responde por 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados no país e por 4% do total de mortes por tumores oncológicos.
Anatomia
Localizado na região superior do abdômen, atrás do estômago, o pâncreas compõe o sistema digestivo e possui duas funções distintas. A primeira é endócrina, respondendo pela produção de insulina, que é o hormônio que controla o nível de glicemia no sangue. A segunda função é exócrina, responsável pela produção de enzimas envolvidas na digestão e absorção dos alimentos.
O pâncreas é uma glândula com cerca de 15 a 25 cm de comprimento, em forma de folha. Quando o órgão não funciona corretamente, podem surgir doenças como diabetes, problemas digestivos, inflamação ou câncer.
Fatores de risco
Os fatores hereditários correspondem por entre 10% e 15% dos casos desse tumor oncológico. Estão nesta lista as síndromes de predisposição genética com associação ao tumor de pâncreas com o câncer de mama e de ovários hereditários relacionados aos genes BRCA1, BRCA2 e PALB2. As síndromes de Peutz-Jeghers e a de pancreatite hereditária também podem ampliar a possibilidade de diagnóstico desse tumor oncológico.
Outros fatores também contribuem para aumentar os riscos do câncer de pâncreas como tabagismo, obesidade, inatividade física e diabetes mellitus. Além desses, a pancreatite crônica não hereditária também pode desencadear o aparecimento desse tumor.
As atividades laborais com exposição a solventes, tetracloroetileni, estireno, cloreto de vinila, espicloridrina, HPA e agrotóxicos podem contribuir para o aumento dos riscos do câncer de pâncreas.
Por isso, agricultores, trabalhadores de manutenção predial e da indústria de petróleo têm maiores chances de aumentar os riscos de desenvolvimento dessa doença.
Sintomas
No início, esse tumor oncológico pode ser assintomático, mas alguns sinais pedem uma investigação como pele e mucosas amarelas (icterícia), urina escura (cor de chá preto) e dor em abdômen superior e costas. Os pacientes também podem apresentar cansaço, perda de apetite e de peso.
Como prevenir o câncer de pâncreas?
Um estilo de vida saudável é essencial para prevenir o câncer de pâncreas. Além de evitar a exposição ao tabaco, as pessoas precisam praticar atividades físicas regulares e manter uma alimentação saudável.
Tratamento
O diagnóstico precoce permite adotar estratégias que ampliem as chances de cura, mas isso tem sido possível apenas na minoria dos casos do câncer de pâncreas. Na maioria dos registros, a doença já se encontra em estágio avançado.
Com a possibilidade de diagnóstico no início da doença, a cirurgia para a retirada completa do tumor é um dos procedimentos adotados, que pode ser acompanhada de outras terapias. Nos casos das formas mais avançadas, a radioterapia e a quimioterapia são geralmente indicadas no tratamento, associadas ao suporte para reduzir os transtornos gerados pela doença.