Enfermidade na terceira posição entre as que mais matam no mundo, o câncer de fígado é muito agressivo e pode levar à morte rapidamente.
Esse órgão é a maior glândula do organismo e conta com uma intensa capacidade de regeneração. Para os transplantes intervivos, isso representa uma grande vantagem. A pessoa saudável pode doar entre 20% a 30% do seu fígado para um doente e, em pouco tempo, o órgão vai se recompor completamente, sem deixar qualquer sequela ao doador.
Localizado do lado direito do abdômen, o fígado armazena glicose e algumas vitaminas, produz proteínas e metaboliza o colesterol, o álcool e alguns medicamentos, entre outras importantes funções para o organismo. O órgão tem ainda o papel de filtrar microorganismos transmissores de infecções e converte a amônia originada do intestino em ureia.
Os tumores de fígado são separados em dois tipos. Um deles é denominado primário por começar no próprio órgão. O outro é denominado secundário ou metastático por ter origem em outro órgão, chegando ao fígado com a evolução da doença. De acordo com dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer), o tipo secundário é mais frequente, decorrente de um tumor maligno no intestino grosso ou no reto.
Correspondendo por 80% dos casos, o hepatocarcinoma ou carcinoma hepatocelular é um tumor de fígado agressivo. O órgão também pode ser atingido pelos cânceres denominados colangiocarcinoma, que têm origem nos dutos biliares do fígado, e o hepatoblastoma, um tumor maligno raro diagnosticado em recém-nascidos e crianças, nos primeiros anos de vida.
Como prevenir esse tumor?
A prevenção inclui eliminar tabagismo e álcool e ter cuidados com os vírus das hepatites B e C, utilizando preservativos durante a relação sexual.
Outra importante orientação é nunca usar anabolizantes e manter o peso corporal por meio de uma alimentação saudável e a prática de exercícios regulares.
Cuidado ainda com a aflatoxina, substância produzida por fungos encontrados em grãos e alguns vegetais, que pode provocar a doença.
Cuidado com a cirrose
Silenciosa durante anos, a cirrose é o resultado de lesões no fígado, fazendo com que o órgão perca as suas funções paulatinamente até alcançar a falência completa, devido a inflamações e agressões crônicas como o abuso de bebidas alcoólicas e ataque de vírus (hepatite A, B, C…).
Sintomas
O câncer de fígado pode não apresentar sintomas. Porém, alguns sinais como dor do lado direito, pele e olhos amarelados (icterícia), falta de apetite, perda de peso e cansaço são alguns indicadores dessa doença oncológica. Em alguns casos, o enfermo pode apresentar fezes esbranquiçadas, náuseas, vômitos, palidez e febre.
Como é feito o diagnóstico do câncer de fígado?
O hepatocarcinoma evoluiu em pouco tempo e o paciente, na maioria das vezes, tem um tumor avançado quando é realizado o diagnóstico.
Com a tomografia computadorizada, o médico pode contar com imagens como se fosse um “corte” do corpo e que vão ajudá-lo a a localizar os tumores.
A ressonância nuclear magnética é outro exame indicado e pode definir melhor a extensão do tumor nos pacientes com cirrose hepática.
O médico pode ainda optar por uma investigação direta do interior do abdômen por meio de uma laparoscopia. Esse exame permite a visualização direta do órgão com biópsia para uma melhor definição do diagnóstico.
Tratamento
O tratamento mais indicado quando o tumor está restrito em uma parte do fígado é a remoção por meio de cirurgia. O procedimento pode ser adotado ainda para tumores hepáticos metastáticos em que a lesão primária foi ressecada ou é passível de ser ressecada de maneira curativa.