O esôfago é o tubo que liga a garganta ao estômago, tem cerca de 25 cm de comprimento. Ele é a continuação da faringe e começa no pescoço e desce até alcançar o estômago. O tabagismo responde por 25% dos casos de câncer de esôfago, mas o consumo de bebidas muito quentes e alcoólicas está na lista dos fatores de risco.
No Brasil, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o tumor no esôfago é o sexto mais comum entre os homens e o 15º entre as mulheres, excetuando-se o câncer de pele não-melanoma. No mundo, é o oitavo mais frequente e a incidência em homens é, aproximadamente, de duas vezes maior do que em mulheres.
Responsável por 96% dos casos, o carcinoma epidermoide escamoso é o tipo mais frequente desse tumor, mas o adenocarcinoma vem registrando aumento, provavelmente por mudanças de hábitos alimentares não saudáveis.
Riscos
Os fatores de riscos do câncer de esôfago inclui uma grande lista, relacionada principalmente aos hábitos alimentares. Além do cigarro, o consumo de bebidas alcoólicas lidera a relação daquilo que deve ser eliminado no nosso consumo para reduzir as chances desse tumor.
O consumo frequente de bebidas muito quentes, em temperatura de 650 ou mais, pode induzir a essa doença oncológica.
A obesidade é outro fator desencadeador do câncer de esôfago. As pessoas acima do peso têm propensão a apresentar a doença do refluxo gastroesofagiano (DRGE), que está diretamente relacionada ao desenvolvimento desse tumor maligno.
O consumo de alimentos ultraprocessados como presunto, salsicha, salames, entre outros, compõem a lista de riscos.
Algumas outras doenças podem provocar o aparecimento do câncer do esôfago como tilose, que é o espessamento da pele nas palmas das mãos e na planta dos pés, e acalasia, que é a falta de relaxamento do esfíncter entre o esôfago e o estômago. Os pacientes com esôfago de Barret, que é o crescimento anormal de células do tipo colunar para dentro desse órgão, e com Síndrome de Plummer-Vinson, que é deficiência de ferro, também têm propensão para desenvolver essa doença oncológica.
Entre os trabalhadores, aqueles expostos a poeiras da construção civil, de carvão e de metal, além de vapores de combustíveis fósseis, entre outros produtos, é maior o risco de desenvolvimento do câncer de esôfago.
Atenção aos sintomas
Inicialmente, essa doença pode ficar assintomática, mas a sua progressão pode trazer dificuldade de engolir, refluxo, dor na parte alta do abdômen e perda de peso.
O paciente que apresenta dificuldade de engolir pode apresentar a doença em estado avançado. O sintoma, também conhecido como disfagia, pode provocar perda de peso e dificuldade progressiva de ingestão de alimentos sólidos, passando pelos pastosos até os líquidos.
Como prevenir o câncer de esôfago?
Abolir definitivamente o cigarro vai prevenir a doença. Mas os ex-fumantes têm propensão para esse tumor. Uma dieta saudável, sem alimentos ultraprocessados, rica em frutas e vegetais, é outra orientação preventiva.
A redução do excesso de peso e a prática de atividades físicas regulares vão reduzir significativamente as chances de diagnóstico desse tumor.
É importante ainda identificar e tratar a doença do refluxo gastroesofagiano.
Tratamento
A avaliação do médico poderá decidir pela cirurgia, radioterapia e quimioterapia, de forma isolada ou combinada. Para os tumores diagnosticados no início, o especialista pode adotar a ressecção local durante a endoscopia, sem a necessidade de intervenção cirúrgica.
Para os casos muito avançados, o tratamento pode ter caráter paliativo, adotando a radioterapia combinada ou não à quimioterapia.