Uma alimentação saudável e a prática regular de exercícios físicos são dois fatores fundamentais para a prevenção do câncer colorretal, doença oncológica que é tema da campanha Março Azul.
Esse tumor é o terceiro mais frequente em homens e o segundo entre as mulheres no Brasil, desconsiderando o câncer de pele não-melanoma.
A doença também pode ser denominada como câncer de cólon e reto ou câncer do intestino grosso, e se desenvolve a partir de pólipos, que inicialmente são lesões benignas que crescem na parede do cólon. Porém, pacientes com predisposição genética podem ser diagnosticados com o tumor, principalmente aqueles que mantêm hábitos não saudáveis.
Fatores de risco
As pessoas com idade acima de 50 anos, com excesso de peso corporal e alimentação pobre em frutas e vegetais e que não contenham fibras estão mais propensas a desenvolver esse tumor na região do colo do reto.
Outros fatores também podem acelerar o aparecimento dessa doença. O consumo excessivo de alimentos ultraprocessados como salsichas, mortadela, linguiça, presunto, salame, entre outros produtos alimentícios, aumenta as chances de um tumor oncológico. Estudos apontam ainda que a ingestão de mais de 500 gramas de carne cozida por semana amplia os riscos para o câncer colorretal.
Alguns pacientes devem redobrar a atenção. Histórico familiar de câncer de intestino e doenças inflamatórias desse órgão, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn, também aumentam os riscos da doença.
Para alguns casos, os pacientes precisam de acompanhamento individualizado, como aqueles com doenças hereditárias como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC).
Os profissionais do ramo da radiologia, tanto industrial como médica, precisam ficar atentos aos sintomas desse câncer. A exposição à radiação ionizante tem potencial para ampliar os riscos dessa doença.
Quais os sintomas do câncer colorretal?
Muitas vezes, os sintomas podem ser confundidos com outras doenças como hemorroidas, verminose e gastrite. Por isso, o paciente que apresenta sangue nas fezes, alterações intestinais como diarreia e prisão de ventre alternados, dor ou desconforto abdominal, deve procurar um médico. A doença pode provocar ainda fraqueza e anemia e perda de peso sem causa aparente. Por isso, é importante uma investigação do médico para obter um parecer adequado.
Tratamento
O diagnóstico precoce do câncer do intestino permite alcançar até 95% de chances de cura. A melhor estratégia é definida pelo médico e, na maioria dos casos, recomenda-se a cirurgia com a retirada de parte do intestino afetada.
O tratamento pode incluir ainda a radioterapia associada ou não à quimioterapia. O procedimento contribui para reduzir as chances de retorno do câncer colorretal.
Para adotar a melhor estratégia, o médico vai analisar o tamanho, localização e extensão do tumor. A doença pode provocar metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, reduzindo significativamente as chances de cura.
Luta mundial
A OMS (Organização Mundial da Saúde) tem preconizado uma atenção especial para o câncer do colon e reto. Além do diagnóstico precoce, a instituição recomenda que os países realizem o rastreamento desse tumor em pessoas acima de 50 anos, por meio do exame de sangue oculto de fezes.
Nos casos positivos, a OMS reforça a necessidade de exames de colonoscopia ou retossigmoidoscopia, que permitem ao médico visualizar a parte interna do intestino, procurando o tumor ou pólipos que eventualmente possam se transformar em câncer.
Segundo a Organização, 998 mil brasileiros devem ser diagnosticados com câncer em 2040, um salto de 78% em comparação com os dados de 2018, ano da pesquisa da instituição.