Rua Vergueiro, 1353, Conj 1802, Torre Norte

Paraíso, São Paulo-SP

Consulta presencial

(11) 98984-1934

Lições da pandemia para a oncologia

Os primeiros momentos da pandemia do novo coronavírus trouxeram pânico para a população mundial. O desafio de combater um inimigo pouco conhecido e com uma capacidade gigantesca de transpor continentes foi enfrentado de maneiras diferentes pelos países. Alguns adotaram medidas drásticas de lockdown como forma de conter o avanço da doença. Outros foram mais flexíveis e contabilizaram as consequências dessa decisão.

O inevitável isolamento social ganhou dimensão particular para o grupo de pacientes oncológicos. As autoridades médicas reforçaram desde o início da pandemia os altos riscos de morte das pessoas com câncer pela Covid-19. Por outro lado, eles dependem do acompanhamento médico, apesar de toda visita a um consultório ou serviço de saúde colocá-los em exposição ao risco de contrair ao vírus.

Os impactos foram enormes e o fenômeno não foi uma exclusividade brasileira. Países de todos os continentes passaram pela mesma experiência.

Em Portugal, um estudo do Sistema Nacional de Vigilância de Mortalidade do país revelou que 10.390 pessoas morreram em julho, um número mais alto em um único mês nos últimos 12 anos. A pesquisa fez um comparativo com os dados de 2019 e descobriu um crescimento de 26% no número de óbitos, sendo que apenas 159, ou 1,5%, estavam relacionados com a Covid-19. A Holanda também registrou queda no número de diagnóstico, assim como outros países.

A necessidade de atendimento aos afetados pelo novo coronavírus impôs tanto ao sistema público quanto ao privado a destinação de um número maior de leitos para atendimento dessa emergência. Essa nova situação, aliada ao medo da infecção resultou no adiamento de 70% das cirurgias.

Passadas as dificuldades iniciais provocadas pelo isolamento social e pelas mudanças no atendimento de saúde, o setor foi se reorganizando como forma de atender uma demanda reprimida. Hospitais, clínicas e laboratórios adotaram protocolos para separar o atendimento dos pacientes com Covid-19 dos demais. Aprovada em março de 2020 pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), a telemedicina ampliou os canais de comunicação e atendimento entre os profissionais e seus pacientes. Essa ferramenta tem sido importante para o acompanhamento e avaliação clínica, por exemplo, pós-quimioterapia. São situações em que o médico já tem um bom conhecimento da patologia do paciente. Entretanto, ela não atende todas as demandas de uma consulta clínica, principalmente para aqueles casos que necessitam de uma avaliação minuciosa, que pode ser na primeira consulta, assim como no diagnóstico da doença.

Aos poucos, os pacientes estão retornando às consultas e aos tratamentos oncológicos. Até mesmo pela letalidade ser maior pelos tumores oncológicos do que pelo novo coronavírus. Entre 6% e 10% das pessoas diagnosticadas com Covid-19 acima de 80 anos de idade podem morrer. Já aqueles acometidos por câncer de pulmão enfrentam um cenário mais complicado, já que a letalidade alcança 99% em qualquer idade caso não seja diagnosticado e tratado adequadamente.

Uma das principais lições da pandemia é nunca parar o tratamento oncológico, qualquer que seja a situação. Assim como o diagnóstico e eventuais cirurgias. Hoje, tanto o sistema público quanto o privado já sofrem pela grande procura, principalmente pelas cirurgias eletivas, que em alguns casos se transformaram em emergência devido a longa espera. Alguns hospitais, inclusive, já registram dias com mais de 100% da capacidade de atendimento para dar conta de uma demanda represada. Pelos próximos meses, ainda teremos reflexos diretos para o atendimento dos pacientes oncológicos.

O justificável medo da Covid-19, principalmente entre as pessoas com câncer, não pode ser um impedimento para a procura do tratamento. Na oncologia, quanto mais cedo o paciente procurar tratamento, melhores serão as chances de cura. Com certeza, o médico é o profissional mais indicado para dar as melhores orientações, em qualquer caso.

(*) Ramon Andrade de Mello, médico oncologista, professor da disciplina de oncologia clínica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), da Uninove e da Escola de Medicina da Universidade do Algarve (Portugal). 

https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/licoes-da-pandemia-para-a-oncologia/

Outras publicações do Blog

Perspectivas de casos de câncer com o uso de agrotóxico

O câncer colorretal pode ter influencia de agrotóxicos usados na alimetação

Novos caminhos da oncologia

Os avanços da ciência têm proporcionado respostas para diversos males que afligem a população. Nessa pandemia, por exemplo, a agilidade dos cientistas na produção de uma vacina para combater o novo coronavírus

Novas abordagens para o câncer de mama

O tratamento do câncer de mama conta com o avanço da ciência para uma abordagem mais ampla, que pode incluir aos tradicionais procedimentos de cirurgia, radioterapia e quimioterapia.

Tratamento do câncer e o CRISPR

A tecnologia de edição de genes CRISPR vem ganhando novas aplicações e tem potencial para transformar o diagnóstico e o tratamento de diversas doenças, como alguns estudos já aplicados em terapias para o câncer.

O sucesso dessas novas técnicas já permite vislumbrar, num horizonte de curto e médio prazos, a abordagem do câncer como uma doença crônica, mas ao mesmo tempo controlável quando bem acompanhada.

Estadão: Oncologia de precisão cada vez mais próxima 

O sucesso dessas novas técnicas já permite vislumbrar, num horizonte de curto e médio prazos, a abordagem do câncer como uma doença crônica, mas ao mesmo tempo controlável.

Na oncologia, as vacinas têm protegido a população de infecções por vírus que podem causar câncer. É o caso de algumas cepas do papiloma vírus humano (HPV).

Veja Saúde: Vacina no tratamento do câncer

As recentes pesquisas utilizando o RNA mensageiro nas vacinas contra a Covid-19 são um dos caminhos possíveis para a oncologia. Um dos diferenciais desse método é facilitar a criação de vacinas sob medida.

O isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus trouxe reflexos diretos para o diagnóstico e o tratamento de diversos males que afetam a população. Os pacientes oncológicos estão no grupo que postergou os cuidados com a doença com reflexos diretos tanto no sistema público quanto no privado. Hospitais e clínicas registram até 70% de adiamento das cirurgias nos momentos de pico da pandemia.

Estado de Minas: A oncologia na pandemia 

Os adiamentos de diagnóstico e tratamento das doenças oncológicas já trazem reflexos diretos para o sistema de saúde, que registra grande procura, principalmente pelas cirurgias eletivas.

Ter um estilo de vida mais saudável e evitar a exposição a substâncias ocasionais é o objetivo primordial para evitar o câncer. Muitas vezes as nossas próprias escolhas são o melhor fator de proteção

Podemos evitar 30% dos cânceres

Ter um estilo de vida mais saudável e evitar a exposição a substâncias ocasionais é o objetivo primordial para evitar o câncer. Muitas vezes as nossas próprias escolhas são o melhor fator de proteção

Assim como há 50 anos contávamos com poucas ferramentas para diagnosticar e tratar das doenças oncológicas, o futuro traz otimismo ampliando a abordagem e o alcance de resultados positivos.

Longevidade e perspectivas na oncologia

O futuro traz otimismo ampliando a abordagem e o alcance de resultados positivos. Uma vida longeva, com hábitos saudáveis e qualidade de vida é uma possibilidade cada vez mais presente para todos.

O isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19 trouxe profundas mudanças no nosso cotidiano. Por um bom tempo ainda precisaremos tomar cuidados para evitar a proliferação do novo coronavírus. Para os pacientes oncológicos, essa precaução precisa ser redobrada diante de um quadro clínico de baixa imunidade.

Telemedicina na pandemia da Covid-19

O isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19 trouxe profundas mudanças no nosso cotidiano. Por um bom tempo ainda precisaremos tomar cuidados para evitar a proliferação do vírus.

Os impactos da pandemia da Covid-19 são imensos na área da saúde. A dedicação de médicos, enfermeiros, assistentes e demais profissionais tem recebido elogios mundo afora. O novo coronavírus traz ainda um outro grande desafio. Precisamos atender essa avalanche de pacientes que são infectados diariamente, aumentando a demanda tanto do sistema público de saúde como da rede particular. Porém, as pessoas continuam adoecendo de câncer, diabetes, problemas cardíacos, entre outras enfermidades.

Diário do Grande ABC: Covid-19 e os pacientes com câncer

Precisamos atender os pacientes infectados diariamente, aumentando a demanda tanto do sistema de saúde. Porém, as pessoas continuam adoecendo de câncer, diabetes, entre outras enfermidades.

Translate »